Castelos de areia / Paredes abertas

Castelos de areia [versão para empenas cegas] . 2020/2021

Vídeo registro, 1’30”

Trabalho de Bianca Barbato e Lucas Bambozzi

Registro de intervenção urbana no Minhocão (Barra Funda/SP)

AVXLab / Coletivo BF

Paredes abertas [entre permeabilidade e isolamento social] . 2021

Vídeo registro, 2’37”

Trabalho de Lucas Bambozzi 

Registro de intervenção urbana no Minhocão (Barra Funda/SP)

Coletivo BF / Imagecon

* O vídeo Castelos de areia (2019) é um desdobramento da série de esculturas em latão fundido Castelinho (2019), da designer Bianca Barbato. Lucas conta que “a ideia nasceu a partir de um diálogo pontuado por perguntas como: ‘Há alegria possível no desmoronamento? O que fica quando uma onda passa?’. Desse diálogo inicial, um tanto metafórico e aberto mas basicamente verbal, surgiram outras questões, mais complexas, envolvendo pensamentos de Nietzsche, dualidades como construção e desconstrução, memória e esquecimento, e também o ato de brincar, prazeres fortuitos e a vontade de fazer algo juntos”. A gravação foi feita na praia de Camburi, em São Sebastião/SP, durante uma residência do Grupo MOLA no Kaaysá, em Boiçucanga, também município de São Sebastião, em 2019. Como instalação, Castelos de areia foi exibido na galeria Rabieh (São Paulo) em 2019, e numa exposição de design em Frankfurt, em 2020. Em formato vídeo monocanal, Castelos de areia foi projetado em empenas cegas na região do Minhocão na Barra Funda (São Paulo), no Imagecom, em 2020; e no projeto Palavras ao Vento, do AVXLab / Coletivo BF, em 2021, também no Minhocão. Projetado em grande escala no Minhocão, Castelos de areia ganhou novos significados. “Se a metáfora associada a ‘castelos de areia’ evoca proximidades com ‘palavras ao vento’, em uma consonância lúdica e poética com o título do projeto de exibição, foi curioso observar também, que no ambiente do Minhocão, em que atualmente vivem centenas de pessoas na condição de moradores de rua, o trabalho também enuncia a fragilidade das políticas públicas de apoio à moradia numa cidade como São Paulo”, diz Lucas.

** Paredes abertas [entre permeabilidade e isolamento social], o segundo vídeo que compõe esta publicação, é o registro da instalação de mesmo nome, que ocupou 5 empenas na região da Barra Funda, no centro de São Paulo, em 2021. Paredes abertas [entre permeabilidade e isolamento social] é um desdobramento da instalação De portas abertas (2019), composta por vídeos que mostram moradores da Ocupação 9 de Julho abrindo as portas de seus apartamentos, em um convite para adentrarem seus lares. Os vídeos foram realizados em colaboração com o MSTC – Movimento dos Sem Teto do Centro (São Paulo). De portas abertas integrou a exposição O que não é floresta é prisão política, na Galeria Reocupa (Ocupação 9 de Julho, centro de São Paulo), reunindo mais de 150 artistas, incluindo moradores da Ocupação e cerca de 40 convidados, entre setembro de 2019 e março de 2020. No desdobramento nas empenas dos edifícios na Barra Funda, realizado em um contexto permeado pela segunda fase da pandemia do Covid-19, o convite dos moradores da Ocupação parece um tanto improvável, gerando certa tensão.