*Imuladar significa cura em um dialeto Bantu. A performance Imuladar, de 2019, teve a participação de Matheuzza Xavier (@matheuzza) e Kukua Dada (@kukuadada), e música de Eli Moreira (@1aeli). Imuladar é o terceiro trabalho do ciclo de três anos da pesquisa Ensaios sobre a cura, iniciada em 2017, em torno das questões de violência, transfeminicídio e adoecimento psíquico. Imuladar trás a perspectiva de cura e saúde para corpos dissidentes, como iniciativa de combate às desigualdades de gênero, etnia e religião. Enquanto desenrrolava-se o processo de criação da performance Imuladar, Jeisiekê foi convidada a propor a realização de uma exposição dentro da Virada Sustentável Salvador. Imuladar integrou então, como parte da proposta expográfica, a exposição Deformidades: outras monstruosidades possíveis, realizada em 2019 no Museu de Arte da Bahia. Imuladar foi projetada como uma “performance itinerante”, que circula por outras cidades convidando outras artistas trans para o procedimento de cura com ervas “e os afetos que são colocados ali”. A pandemia impediu Jeisiekê de circular com a performance Imuladar, que foi colocada em descanso uma vez que ela requer o encontro “presencial”. O processo performativo de Imuladar pode ser conhecido através do @imuladar. As fotografias que integram a publicação são de Victor Mota (@victmota).
JeisiEkê de Lundu é nascida na beirada entre Minas e Bahia, mistura montanhas e dendê para criar processos artísticos que envolvem cura, memória, ancestralidade e biopolítica, em uma encruzilhada diaspórica sertaneja no litoral. Artista interdisciplinar, navega nas artes visuais em suportes como a performance e a escultura, cria microfilmes, escreve crônicas, costura e esculpe figurinos, modifica faces utilizando maquiagem e elementos orgânicos ou sintéticos. Atualmente vive e trabalha na cidade de Salvador/BA, cursa Artes na UFBA e mantém o atelier CasaPallet como residência artística.