Sangramos, Guerra, Δ e Eu Abel. tu abismo. são os 4 vídeos propostos por Irma Brown e Moacyr Campelo para o projeto O Obscuro fichário dos artistas mundanos, sob curadoria de Clarissa Diniz e Gleyce Heitor, motivado pela existência de um conjunto de fichas produzido pela Delegacia de Ordem Política e Social de Pernambuco (DOPS/PE) entre os anos de 1934 e 1958, com registros da passagem pelo estado daqueles indivíduos vistos e nomeados como artistas.
Nos vídeos, produzidos em 2016, os artistas provocam e reúnem situações que tem como palco e atriz protagonista a cidade de Recife, em diferentes momentos e sob variadas perspectivas, perpassadas por um cotidiano em primeira pessoa, pela conjuntura política atual, pela emergência das causas feministas e pela experiência de uma ação política a partir da arte. Caracterizados por uma “linguagem crua” – imagens captadas, em sua maioria, por câmera de celular e sem artifícios de edição –, os vídeos compartilham e convocam um modo de vida na cidade.
Irma Brown nasceu e vive no Recife, Pernambuco. Artista de trânsito livre. Substantivo feminino plural. Seu trabalho se funde em diversas linguagens. Não por coincidência, coordena desde 2009 a Maumau, espaço de resistência e convergência artística, onde mora e trabalha. Produtora, ciclista mensageira, artista. Avoada. Utiliza a fotografia e o vídeo como suporte para suas obras. Faz colagens, serigrafia, gravura, costura. Trabalha como atriz e performer.